
Quando pensamos em Frankenstein, é impossível não visualizar a icônica criatura de pele verde, costurada de pedaços de corpos humanos, e que ficou eternizada no cinema. Mas a verdadeira história por trás de Frankenstein é bem diferente da imagem popular do monstro criado por Mary Shelley em seu romance de 1818. Na verdade, o nome “Frankenstein” se refere ao próprio criador, Victor Frankenstein, e não à criatura que ele cria. O monstro, no livro, nunca tem nome, sendo simplesmente chamado de “o monstro” ou “a criatura”. Mary Shelley, uma jovem escritora inglesa, deu origem à história durante o verão de 1816, quando ela e seu futuro marido, o poeta Percy Bysshe Shelley, estavam hospedados na casa do Lord Byron na Suíça. O clima frio e sombrio levou a um desafio literário entre os três, e Mary teve a ideia de escrever uma história sobre um cientista que criava vida artificialmente. Inspirada por suas próprias leituras sobre ciência, biologia e as questões filosóficas de sua época, ela concebeu a história de Frankenstein, uma reflexão sobre os limites da ciência e da natureza humana.
No romance, Victor Frankenstein, um estudante de ciência, é obcecado pela ideia de criar vida a partir de matéria morta. Ele constrói um ser a partir de partes de cadáveres e, ao animá-lo, se depara com a monstruosidade do que fez. Desesperado e horrorizado pela própria criação, Frankenstein rejeita sua criatura, que, por sua vez, acaba se tornando mais um ser isolado e rejeitado pela sociedade. O monstro, embora inicialmente inocente, começa a desenvolver um ódio profundo por seu criador e pela humanidade em geral, levando a uma jornada de vingança e desespero. O romance de Mary Shelley vai muito além de um simples conto de terror gótico. Ele explora temas como a ética da ciência, a busca pelo conhecimento a qualquer custo, e as consequências de brincar de “Deus”. Frankenstein pode ser visto como um aviso sobre as implicações de ultrapassar limites sem considerar as responsabilidades morais e sociais. A criação da vida, embora inicialmente um triunfo da ciência, revela-se um erro trágico, refletindo as complexas questões de identidade, aceitação e poder. Com o tempo, o “monstro” de Frankenstein se tornou um ícone da cultura pop, principalmente após suas várias adaptações para o cinema, especialmente o clássico filme de 1931, estrelado por Boris Karloff, que popularizou a imagem do monstro de pele verde e parafuso no pescoço, uma representação bem diferente da criatura pensada por Mary Shelley. No entanto, a verdadeira essência da história permanece a reflexão sobre o impacto do conhecimento desenfreado e os perigos da irresponsabilidade científica.
A figura do Frankenstein e sua criatura continuam a ser exploradas em diferentes mídias, com adaptações, livros e filmes. O monstro, que inicialmente é rejeitado e mal interpretado, acaba se tornando um símbolo da luta pela aceitação e da busca por pertencimento. Ao mesmo tempo, Victor Frankenstein é um símbolo dos limites perigosos da ambição humana e dos riscos de se tentar controlar algo tão grandioso quanto a própria vida.
Obrigado por ler esse post sobre Frankenstein no GênioDoUniverso! Confira os outros posts abaixo caso tenha interesse.